Mosaicos condicionados


Se...

Há vozes que transformam o mundo com apenas um articulador de gramática.
Há quem faça dessas vozes um motor de nada. um catalisador de algo que nunca será.

Se hoje não fosse o dia que é, não seria hoje. Seria outro dia qualquer. Mas nunca o presente, concreto, único, singular, possível.
Se eu fosse outra pessoa, não seria eu. É uma lógica banal. Se eu fosse, tal pedra de calçada, um mosaico de sentidos emprestados, fugiria à responsabilidade única e obrigatória de me fazer eu, ser eu, agir enquanto eu e aquilo que a vida quer que eu seja.

Há quem espere uma vida inteira pela pessoa que seria se a morte não chegasse.
É um jogo arriscado. Porque nem tudo tem que ser experimentado para ser acreditado.