Uma janela aberta para o rio



entre traços coloridos
e marcadores intersectados pela geometria do acaso,
em silêncio, 
as mãos cruzam a vontade e o saber.

e soltam páginas,
abertas de conceitos, mecanismos, relações.

Passa o tempo, e de vez em quando a porta abre-se para a sala,
onde jazem vivos, nas estantes erguidas,
ainda os livros,
depois de tantas mortes.

e depois de tantas horas, 

abre-se ainda uma janela para o rio,
D'ouro e concentrado de silêncios. 

silêncios que aproximam a certeza do dever cumprido,
que só a noite acolhe
e celebra.

o sono e hoje, porque não, 
o sonho.