entre a chuva dissolvente

fica no ouvido. a música com a chuva, bem aderentes ao corpo. 
(e a chuva a dissolver a nostalgia revisitada,
do tempo oferecido à memória.)




Multiplicar as alegrias a fim de dissolver da vida as coisas menos boas. Do passado inútil, amplificar o dinamismo da espera. dissolver. relativizar.

Se é difícil, (ou mesmo improvável), remover solutos incómodos, por outro lado é possível aprender a arte da dissolução, (mais útil ainda quando o vento já passou, deixando apenas o sedimento a despertar a mágoa), do exercício de proximidade e sensibilidade atenta  e capaz perante os de sempre, alheios à diferença que interpretam.

Ao mesmo ritmo a que as lágrimas dissolvem o sal vertido de inutilidades e impulsos, emoções e outros nós que serão laços. (depois da chuva passar.)

Diluir instabilidades, absorver os afectos, e no fim de tudo isso, ser ainda capaz de regressar a casa, sentar e ver o sal a precipitar. de tanto o desidratarmos, entre gestos e sorrisos a imitar a vida.

Ter vontade de correr. sem medo que a chuva húmida, em vez de dissolver, inunde.

imagem: http://www.essejota.net

3 comentários:

  1. Gosto dessa música, é uma das minha preferidas dos Xutos!
    Um bom ponto de partida! :)

    [hoje a chuva diluiu a tensãooooo do exame! lol!]

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  2. com a abundância que temos visto, inundar não será complicado ..penso eu de que.. vejo muita inspiração pela mania de ter o guarda-chuva arrumado na carteira =D

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  3. guarda-chuva arrumado na carteira!? sim, é "toda uma" forma de concretizar a inspiração de textos como este. há que exercitar a arte da diluição, manter a coerência, no fundo. (como se pode ver na imagem que ilustra o post.)

    só inunda quem não sabe canalizar... ou ocupa as margens... a abundância pode ser útil para saborear os tempos de mais sol.

    :D

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