[...]Os hospitais psiquiátricos, instituições de internamento para quem sofre de perturbações mentais graves (dentro de um contexto), são quase sempre representadas com paredes brancas, pouca cor, batas brancas, vestuário uniformizado, coletes de força, cápsulas recusadas, e as pessoas, com movimentos a imitar o absurdo, repetidos, circulares, dentro do seu mundo, intocável sem a pronta resposta da agressividade violentada.
Desvirtua-se a verdadeira realidade psiquiátrica, partindo da qual se constata que grande parte das doenças mentais que no passado davam direito a internamento, hoje têm fármacos como suporte que permitem uma vida sem limitações. Grande parte das pessoas que hoje se sentam, não num divã mas numa simples cadeira, de um consultório psiquiátrico, depois de um dia de trabalho ou estudo, têm perturbações de ansiedade, depressivas, e outras trazem apenas a vida junto ao peito, e o coração frágil nas mãos. Precisam de ser ouvidas.
Provavelmente haverá ainda imensos hospitais como a ficção os descreve. E por isso confesso-me de alguma forma feliz por ter contactado com uma casa de saúde mental em que as residentes vestiam cores e comunicavam como ninguém a facilidade de um abraço, um sorriso ou uma gargalhada. Ali, a força de um abraço crescia exponencialmente.
Com uma condição apenas: alguém para os receber (e devolver).
E havia sofrimento no rosto e na alma. E havia choques eléctricos. E havia recaídas por parte do pessoal auxiliar. E havia quem vestisse de negro da cabeça aos pés. E havia esses movimentos circulares, do discurso, da vida contada e do corpo. E havia coletes de força.
Vi tudo isso que a ficção mostra. Mas também vi muito mais do que isso. É esse muito mais que sublinho. [clicar em "leia mais" para ver o texto completo.]
Há inúmeras formas de se contactar com a realidade psiquiátrica, sendo que quem estuda medicina está numa posição privilegiada para o fazer (que pode ser usada de variadíssimas formas). O cinema e a televisão são outros meios que permitem, de forma mais pacífica, contactar com os distúrbios mentais, e, concretamente, com os hospitais psiquiátricos.
Lembro-me de algumas das produções que vi sobre o tema nos últimos tempos, com mais ou menos impacto, dentro de um leque gigantesco disponível: One Flew Over the Cuckoo's Nest, Hard candy, Trainspotting, Shine, Efeito borboleta, O despertar da mente, Janela secreta, Good will hunting, Memento, Patch adams, Mente brilhante, entre outros. Mais recentemente, na série Smallville, verifico que esta realidade é frequentemente abordada, com mais intensidade e pormenor num dos episódios da terceira temporada, com o internamento de uma das personagens.
Enigmática como é a mente humana, difícil é não ter vontade de retratar a vertente do extremo ou da relativa diferença. E, se por um lado, esta forma de divulgação pode fomentar a abertura e estimular a curiosidade, por outro lado, intriga-me às vezes a falta de rigor com que determinados casos são ficcionados. Não concordo que a arte, neste caso, cinematográfica, deva imitar a vida e o seu realismo, mas também me parece que há riscos quando a arte pode potenciar a vida ou percepções nesta, de formas menos felizes.
Um exemplo apenas. Os hospitais psiquiátricos, instituições de internamento para quem sofre de perturbações mentais graves (dentro de um contexto), são quase sempre representadas com paredes brancas, pouca cor, batas brancas, vestuário uniformizado, coletes de força, cápsulas recusadas, e as pessoas, com movimentos a imitar o absurdo, repetidos, circulares, dentro do seu mundo, intocável sem a pronta resposta da agressividade violentada.
Desvirtua-se a verdadeira realidade psiquiátrica, partindo da qual se constata que grande parte das doenças mentais que no passado davam direito a internamento, hoje têm fármacos como suporte que permitem uma vida sem limitações. Grande parte das pessoas que hoje se sentam, não num divã mas numa simples cadeira, de um consultório psiquiátrico, depois de um dia de trabalho ou estudo, têm perturbações de ansiedade, depressivas, e outras trazem apenas a vida junto ao peito, e o coração frágil nas mãos. Precisam de ser ouvidas.
Provavelmente haverá ainda imensos hospitais como a ficção os descreve. E por isso confesso-me de alguma forma feliz por ter contactado com uma casa de saúde mental em que as residentes vestiam cores e comunicavam como ninguém a facilidade de um abraço, um sorriso ou uma gargalhada. Ali, a força de um abraço crescia exponencialmente.
Com uma condição apenas: alguém para os receber (e devolver).
E havia sofrimento no rosto e na alma. E havia choques eléctricos. E havia recaídas por parte do pessoal auxiliar. E havia quem vestisse de negro da cabeça aos pés. E havia esses movimentos circulares, do discurso, da vida contada e do corpo. E havia coletes de força.
Vi tudo isso que a ficção mostra. Mas também vi muito mais do que isso. É esse muito mais que sublinho.
Desvirtua-se a verdadeira realidade psiquiátrica, partindo da qual se constata que grande parte das doenças mentais que no passado davam direito a internamento, hoje têm fármacos como suporte que permitem uma vida sem limitações. Grande parte das pessoas que hoje se sentam, não num divã mas numa simples cadeira, de um consultório psiquiátrico, depois de um dia de trabalho ou estudo, têm perturbações de ansiedade, depressivas, e outras trazem apenas a vida junto ao peito, e o coração frágil nas mãos. Precisam de ser ouvidas.
Provavelmente haverá ainda imensos hospitais como a ficção os descreve. E por isso confesso-me de alguma forma feliz por ter contactado com uma casa de saúde mental em que as residentes vestiam cores e comunicavam como ninguém a facilidade de um abraço, um sorriso ou uma gargalhada. Ali, a força de um abraço crescia exponencialmente.
Com uma condição apenas: alguém para os receber (e devolver).
E havia sofrimento no rosto e na alma. E havia choques eléctricos. E havia recaídas por parte do pessoal auxiliar. E havia quem vestisse de negro da cabeça aos pés. E havia esses movimentos circulares, do discurso, da vida contada e do corpo. E havia coletes de força.
Vi tudo isso que a ficção mostra. Mas também vi muito mais do que isso. É esse muito mais que sublinho. [clicar em "leia mais" para ver o texto completo.]
Há inúmeras formas de se contactar com a realidade psiquiátrica, sendo que quem estuda medicina está numa posição privilegiada para o fazer (que pode ser usada de variadíssimas formas). O cinema e a televisão são outros meios que permitem, de forma mais pacífica, contactar com os distúrbios mentais, e, concretamente, com os hospitais psiquiátricos.
Lembro-me de algumas das produções que vi sobre o tema nos últimos tempos, com mais ou menos impacto, dentro de um leque gigantesco disponível: One Flew Over the Cuckoo's Nest, Hard candy, Trainspotting, Shine, Efeito borboleta, O despertar da mente, Janela secreta, Good will hunting, Memento, Patch adams, Mente brilhante, entre outros. Mais recentemente, na série Smallville, verifico que esta realidade é frequentemente abordada, com mais intensidade e pormenor num dos episódios da terceira temporada, com o internamento de uma das personagens.
Enigmática como é a mente humana, difícil é não ter vontade de retratar a vertente do extremo ou da relativa diferença. E, se por um lado, esta forma de divulgação pode fomentar a abertura e estimular a curiosidade, por outro lado, intriga-me às vezes a falta de rigor com que determinados casos são ficcionados. Não concordo que a arte, neste caso, cinematográfica, deva imitar a vida e o seu realismo, mas também me parece que há riscos quando a arte pode potenciar a vida ou percepções nesta, de formas menos felizes.
Um exemplo apenas. Os hospitais psiquiátricos, instituições de internamento para quem sofre de perturbações mentais graves (dentro de um contexto), são quase sempre representadas com paredes brancas, pouca cor, batas brancas, vestuário uniformizado, coletes de força, cápsulas recusadas, e as pessoas, com movimentos a imitar o absurdo, repetidos, circulares, dentro do seu mundo, intocável sem a pronta resposta da agressividade violentada.
Desvirtua-se a verdadeira realidade psiquiátrica, partindo da qual se constata que grande parte das doenças mentais que no passado davam direito a internamento, hoje têm fármacos como suporte que permitem uma vida sem limitações. Grande parte das pessoas que hoje se sentam, não num divã mas numa simples cadeira, de um consultório psiquiátrico, depois de um dia de trabalho ou estudo, têm perturbações de ansiedade, depressivas, e outras trazem apenas a vida junto ao peito, e o coração frágil nas mãos. Precisam de ser ouvidas.
Provavelmente haverá ainda imensos hospitais como a ficção os descreve. E por isso confesso-me de alguma forma feliz por ter contactado com uma casa de saúde mental em que as residentes vestiam cores e comunicavam como ninguém a facilidade de um abraço, um sorriso ou uma gargalhada. Ali, a força de um abraço crescia exponencialmente.
Com uma condição apenas: alguém para os receber (e devolver).
E havia sofrimento no rosto e na alma. E havia choques eléctricos. E havia recaídas por parte do pessoal auxiliar. E havia quem vestisse de negro da cabeça aos pés. E havia esses movimentos circulares, do discurso, da vida contada e do corpo. E havia coletes de força.
Vi tudo isso que a ficção mostra. Mas também vi muito mais do que isso. É esse muito mais que sublinho.
foto: Nicolás Okseniuk (flickr.com)
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