dos estetoscópios às palavras (no verso)



dizem que é tempo de dar,
contar das palavras aos sonhos roubados à vida
e pontuar os dias
com a esperança do que resta.

Dizem que o tempo dado não nos pertence.
como um sopro que flui,
turbilhonar e  não volta,
a estenosar a alma.

E dizem dos estetoscópios a aquecer a solidão
ao lume brando imanado
das mãos que cuidam,

entre sonhos e palavras roubados
ao tempo que nunca é.

[também dizem que eles
não sabem nem sonham,
que é o sonho
que a vida comanda]

pelo menos enquanto é tempo,
 de Natal.

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